sábado, 23 de fevereiro de 2008

À Karina(I)

Pedi ao céu que não existisses Karina
Que meus olhos não te vissem nunca
Que em momento algum
De forma alguma nossos caminhos cruzassem

Pedi que meu coração não adormecesse
Não sonhasse como fazem as crianças
Que com barro nas mãos
Fazem mundos de verdade
Com areia da praia sonham sonhos de verdade

Pedi que a lua não me deixasse sozinho
As estrelas me acompanhassem sempre
Queria não estar só
Talvés assim não teria te procurado Karina

Pedi que a madrugada chegasse logo
O dia clareasse e o sonho terminasse
Que esfregasse os olhos e visse a realidade

Mas pedi tarde tarde Karina
Quando o universo já te criou
Meus olhos já te viram
Mas do que se cruzarem
Nossos caminhos coexistiram

O coração já dorme sono profundo
Já sonha com mundos de verdade
Sonhos a realidade

A madrugada demora chegar
O dia continua escuro
Igual o futuro que começa a me cegar

Pedi tarde
E não espero que me oiçam os deuses
Pedi tarde e agora sofrerei pela eternidade toda
Essa dor de te ter e não te ter
De sonhar e não acordar
Acordar e continuar sonhando

Pedi tarde
E estou refém
Dessa sua existência cruelmente gloriosa
Refém dum querer impossível.

Nelson Livingston

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