segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Voa Andorinha


Voa andorinha
Deixa essa terra, essa guerra
Deixa essa incerteza
E volta e ser feliz

Deixa essa vida insignificante
Esse medo do amanhã
E junte-se às nuvens brancas
Cheias de vida

Voa andorinha
E leva-me consigo

Nelson Levingston

sábado, 13 de dezembro de 2008

Feliz Natal Cristina


Cristina o Natal vai chegando.
E tenho já um presente para ti, está bem guardadinho no meu coração. As vezes penso que ele sempre esteve guardado, esperando só uma opurtunidade boa para entregá-lo.
De presente vou-te dar um adeus nesse natal porque não acho melhor presente para ti.
Se te deixar em paz é oque queres, sempre quiseste eu farei esse favor e mesmo com toda dor que esse adeus vai criar eu acredito no futuro que não sendo felizmente meu nem teu pode um dia nos supreender. Pode ser que assim você entenda finalmente a força desse amor que inventei para ti.
O mais doloroso vai ser te dar esse adeus mas nunca poder me apartar de si nem deixar que te apartes de mim. Essa coisa fica aqui na alma bem guardado e esforço nemnhum, distância nenhuma a desfaria.
Vão cair muitas chuvas, sempre caem por essas épocas. Vão lavar minha alma entristecida, vão encher as margens do zambeze de tristeza e novas esperanças mas deixaram você intacta no meu pensar. Queria ser como Tomanguito da Amélia Mudungazi que covarde apartou-se dela mas sei que diferente da Amélia tu Cristina nem te preocuparias, diferente dela não me escreverias.
Já sinto o cheiro do novo ano, trazendo novas vontades mas você fica toda velha em mim marcada indelevelmente.

Nelson Livingston

sábado, 29 de novembro de 2008

DESISTIR NUNCA CRISTINA


Enganas-te
Se pensas que canso
De te escrever
Se nem me canso
De te pensar
Que é bem mais difícil(doloroso)

As vezes me supreendo
Questionando
A razão dessa minha teimosia

Te escrevo Cristina
Porque acredito nas nuvens
Essas densas
Que cobrem meu céu de hoje
Há-de ter chuva nelas
Não achas?

Escrevo porque vejo
A sede do chão
Do meu coração
Chão que espera chuvas
Aguas abubantes
Negadas em séculos que se foram
Sem perceber

Escrevo porque o mar
Me aconselhou a esperar
Que o silêncio passé
E o barulho dos meus rabiscos
Te chegará aos ouvidos
E ou coração

Escrevo porque acredito
No meu coração forte

Nelson Livingston

terça-feira, 25 de novembro de 2008

SE TE PODESSE ESQUECER CRISTINA


Cristina, esse silêncio que inventei, não conseguiu calar a tua existência imaginada.
Se foras real bastava disfazer a tua realidade, mas no meu eterno pensamento, nessa existência sublime, fico sem alternativa.
O inverno me prometeu levar-te com ele mas vejo que foi só por pena.
Pena das lágrimas que o rio levava a cada manhã que eu me prostrava nas suas margens.
Chegou o verão e me prometeu companhia que fosse completa demais.
Companhia que levasse para longe, as saudades do meu desejo.
Agora percebo Cristina, que estou condenado a não te esquecer, pior do que isso, nem sei se alguma vez quis esquecer-te. Quando olho para ti nas ruas do meu pensamento, nesse passo lento e provocador, me pergunto que mal devo ter feito, que divindade ofendido para que essa praga me caísse no caminho. Me pergunto que penitência me redimiria.
As nuvens me enganam e sei que nem fazem por mal. Ignoram a dor de esperar a chuva sem ter cavado a terra. Sou um camponês sem campo, um pescador em ondas razas.
As promessas que te fiz, deixaram de ter algum valor epode ser que me chamem de homem sem palavra, mas que conhece a minha dor. Essa eternidade no berço da madrugada?
Queres que eu desista Cristina? Olho para as mafureiras já grávidas, prontas a me parir sorriso qualquer e queres que eu te esqueça?
Vamos ver se consigo? Vamos ver se quero isso.

Nelson Livingston

sábado, 15 de novembro de 2008

QUERO INVENTAR-TE


Deixa-me inventar-te
Não tenho outro jeito
Deixa-me criar-te como quero
E desejar que esse desejo
Seja forte o suficiente
De convencer os deuses
A torná-lo realidade

Deixa-me imitar o pôr do sol
Que mistura a dor da despedida
Com a alegria do nascimento
Parte a luz do dia e nasce o escuro da noite

Deixa-me convidar o vento ensurdecedor
A desgrenhar meus medonhos pensamentos
A afastar para longe
O medo de existires
A incerteza de te poder ter

E não me impeças por favor de sonhar
De contar os milhares de estrelas do céu
Pode ser até que tenhas certeza
Que nunca as saberei a quantidade
Não me impeças por favor de ser menino pequeno
Me deixa sonhar
Me deixa inventar-te

Nelson Livingston

domingo, 9 de novembro de 2008

ENTRE O PÚNGUE E EU



Entre o Púngue e eu
Sobra apenas o vento
Me enchendo o pensamento
Um sorriso amarelo

IWANGA (És minha)...




És minha
Como o ar que respiro
Que não é meu
Não sei donde vem
Nem para onde vai
Entra e sai
Que nem percebo
Mas no instante eterno
Que vive em mim
Dentro dos meus pulmões
Me parece meu
Se torna minha vida

És minha com o céu
Que também não é meu
Mas me cobre o tempo todo
As vezes azul e lindo
E outras não tanto
Mas nubulado e medonho

Como o sol distante
Distante mas muito meu
De luz e calor
De vida e alegria
És minha sim

Iwanga,you are mine
Pelo menos
Nesse meu desejo de seres minha
Nessa ânsia de te ver chegar perto
E segar meus olhos que vivem te procurando

Nelson Livingston

domingo, 26 de outubro de 2008

O AMOR DE ONTEM E O DE HOJE


Amar eu amei
Quando não sabia oque era amor
Quando segui o vento e o mar de amar
Sem conceitos
Sem definições
Não li livros amorosos
Nem escrevi poemas
Os problemas que tive
Depositei-os na tempestade das palavras
Cuspidas ou cravadas em almas
Deixei elas me esvaziarem

Amar eu amei
Quando não sabia
Oque eu queria
E deixava que a incerteza me prendesse
À uma vida só um amor só
Quando eu conhecia meu tamanho
E me contentava com a insignificância.
Que me falava da grandeza do universo

Amar eu amei
Quanto não tinha alma por amar
Mas alma que que me amasse eu tinha
E pensar que ainda tenho
Mesmo que num planeta distante
É oque me enche de ar
Os pulmões que já teriam deixado
De me manter vivo

Nelson Livingston

O DESPERTAR


Hoje acordei
Como dum sono profundo
Deixei o vento me sacadir a poeira
Me naufragar na esperança da madrugada
Deixei os ouvidos
Se livrarem dos ruidos
E escutarem a voz muda
Do coração que ainda trago no peito

Hoje acordei
Esfreguei os olhos da alma
Enlagrimados pelos silêncio que me adormecia
E desejei enxergar o horizonte
Que se esconde
Na esperança da madrugada

Hoje acordei
Cantei para mim para mim
Como fazem as aves que me acordaram
E mesmo que em voz diferente
Senti o mesmo sabor
A mesma alegria de viver

Hoje acordei
Um passo de cada vez
Sinto que a caminhada vai recomeçar
Depois de uma longa paragem

Nelson Livingston

No limiar da morte

Quase se foi a vontade de viver
De ver nas letras, palavras
Versos inteiros
Sumirem da palma
O ar saindo dos pulmões
E não voltando mais

Quase se foi a vontade de escrever
Quase...

sábado, 30 de agosto de 2008

Eu sou um contraste


Olha Cristina
Eu sou um contraste
Já percebeste
Sabes como é
Grande e pequeno
Na mesma existência
Sóbrio e ébrio
Na mesma consciência

Alegre e triste
Triste e alegre
Dizem que a vida tem que ser assim mesmo Cristina
Noite e dia
Canto e pranto

Eu existo e não existo
Quero e não quero
Haverá contraste maior Cristina?

Nelson Livingston

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Promessa Para Cristina

Olha Cristina,
Um dia desses ainda te escrevo uma carta de amor
Essas que vem cheias de palavras bonitas e deixam o coraçã da gente todo derretido
Mesmo que o autor esteja mentindo, no bom amante que diz ser e ou no tanto amor que diz ter. Dizem que nem precisa ser amante de verdade para poder escrevé-las, basta ter uma alma leve como dizes ser a minha. Basta amar as palavras e saber contá-las os segredos do coração e fazé-las ecoar a voz que anda escondida na gente.
A minha será curta. Sei que me faltarão palavras. Vivo a gasta-las no tanto que escrevo e tenho quase certeza que na hora da verdade pouco sobrará para dizer.
Uma carta de amor! Já imaginaste Cristina. Eu tentando descrever essa tua beleza? Isso mesmo Cristina. Carta de amor não podem não ter um cestinho de adjetivos bonitinhos com os quais o amante procura descrever a amada. Alguns são ate ridículos. Não tem nada de belo de amoroso mas sabes como fica louco o coração dos que amam. Louco que acabam dizendo loucuras.
Vou-te comparar aos crocodilos, leoas, gazelas...
Teus olhos serão assemelhados a algum bichinho do mato. Posso até encontrar nas árvores algo com que te relacionar Cristina. Olhar para a frescura da mafureira por exemplo vai ser igualzinho ao conforto do teu ombro. A brancura dos teus dentes vão ser com a areia das margens do Púngue. Esta vendo só Cristina? Uma carta carta cheia de maluquices.
Não sei se vais gostar mas te prometo Cristina, um dia eu te escrevo uma carta de amor
Até lá, um abraço

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A Cristina

Cristina,

Escrevo-te das margens do cimento onde me refugiei por curtíssimo tempo. Uma eternidade invisível de curta.

Depois de não teres dado ouvido as minhas suplicas não encontrei outro jeito se não me afastar. Procuro esquecer-te, ou melhor não lembrar-te que parece menos difícil.

Estou consciente que cedo volto a me deparar com aquela sua beleza assustadora.

Passei a ter medo ate de qualquer mafureira. Foi numa que te vi pela primeira vez.

Tenho medo também do canhoeiro. Foi naquele frondoso onde desejaste que meu pé coxeante tivesse sido mesmo esmagado la na bola onde me pisaram. Xi Cristina, mas que maldade gostosa esse seu desejo atrasado!

Querias mesmo que eu ficasse sem meu pesinho?

Para me levares ao colo como te levo no pensamento?

Querias mesmo que eu passasse as tarde sentado e olhando para teus olhos redondos? Nao seria aborrecido não? Nao nos cansaríamos?

Assim que meu tempo termina, antes mesmo de começar, fico pensando como será o reencontro.

Queria que os leões estivessem perto. Queria que se surpreendessem que haja na terra algo que eu tema mais que a eles. Olhar de novo para você Cristina. Alguém podia convidar os facoceros que nem andam longe. Seria bom bom que soubessem que não soa os unicos que andam de focinho em terra. Mas eu volto Cristina. O destino não me deu outra saída. Volto e seja oque for. O pior que podia acontecer seria me mergulharem no Urema. Nao me simpatizaria de jeito nenhum com os crocodilos, nem com o frio das manhas. Os sonhos ate podiam me agasalhar mas o frio não me deixaria respirar. Nao me deixaria sair vivo do Urema.

E vai tudo começar de novo. O olhar, o sorriso, o rugido do leão...

Meu coração vai parar de novo e você procurar ressuscita-lo Cristina. Estou quase acreditando na encarnação.

Palavras para que Cristina se o dia ja desponta e logo a madrugada me deixara descoberto?

Fica aqui um abraço

terça-feira, 22 de julho de 2008

SUPLICAS A CRISTINA: memorias soltas de Chitengo

Não me olha assim não Cristina
Pelo menos não com esses olhos
De Beleza cristalina
Que tal espada de gume duplo
Me despe em sentido duplo

No olhar mora a verdade Cristina
A plenitude dos sentimentos escondidos
As vozes que tentamos abafar
No olhar moramos nós
No sentido mais completo do ser Cristina

E como se o olhar não bastasse
Não me despisse o suficiente
Como se sobrasse alguma nudez por descobrir
Você sorri para mim Me revelando
A vulnerabilidade já conhecida Cristina

E nesse sorriso ambíguo
Feito de mistérios e revelações
Me sinto humano
Pequenos demais para te falar
Mesmo usando a mais pura poesia

Por isso te peço Cristina
Te peço encarecidamente
Não me olha assim não

Nelson Livingston

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Onde esta o poder do amor?



Para Kidjomalu e Ekuru yo Ophenta


Onde esta o poder do amor?
Onde anda seu fogo?
O vento forte
As tempestades irracionais
Onde esta o poder do amor?

Onde andam os respirares ofegantes?
Pensares de barco a vela
Puxado por forças naturais?
Vai donde sabe para onde não sabe

Nao quero ter memoria
Não quero acreditar que o amor acabou
Que o vento parou de soprar.
Acabaria o amor?
E se chamaria amor oque acaba?

Me disseram que o amor não tem estações
Que la, no reino dos amantes
Verão e inverno são a mesma coisa
Tem frio e calor ao mesmo tempo
Dai que não acredito
Não acredito que o amor esteja em recesso

No tormento que o poder do amor me cria
Ausência dele se diga
Me consolo lembrando
Que vida calada não significa vida parada
Amor sereno também não é pequeno

Nelson Livingston

Carta Para Esperança


Chitengo, 8 de Julho de 2008

Esperança,
É natural que eu goste desse teu olhar furtivo temperado de medo e orgulho.
Esse fingimento atrevido,
A crença de que não saberei de descobrir os sentimentos.
Propositadamente me afasto para lugares seguros,
Fico no longe seja ele no antes ou depois
Para te imaginar inexistente.
A emoção de te criar me deixa extasiado
E como luz ténue do crepúsculo, o receio de nunca te ter desvanece.
E nos eternos instantes que essa vida longínqua dura,
Passo de delírios em delírios
Nuns me vejo pequeno e satisfeito e noutros, grande e carente
Com vontade imensa
Vontade intensa de te buscar para alem dessa imaginação uterinamente fértil.

Esperança,
É natural que que as distancias que nos separam, a real e a virtual,
Existam em constante conspiração contra eu e você separadamente.
Nos dias de sol quando não podemos nos expor,
Elas nos protegem de queimaduras vivas
E nos dias chuvosos, frios e invernosos
Essas mesmas distancias nos agasalham com saudades de tempos que ainda serão.

As palavras me acompanham com incomensurável lealdade
Me encorajam nessa odisseia.
Me fazem acreditar que apesar de sua fragilidade reconhecida
Saberão atravessar esses abismos que hoje nos separam
E edificar uma ponte entre nossas teimosas ignorância.
Acho injusto da minha parte
Quando as menosprezo e acuso de infidelidade.
Quando as empurro
Para irracionalidade que se assemelhe a do homem.
Rogo que desrespeitem os costume ancestrais
Que pacientemente sabiam esperar o raiar do sol.
As palavras estão aqui comigo mesmo assim.
Submissas ao meu capricho de poeta amador.
Fornicador de significados
Criador de mundo proibidos.

É natural Esperança que eu me sinta assustado quando empunhas a pena
E me falas de coração estranho. O meu ou teu?
E que estranheza seria essa?
E porque seria surpresa que os corações, meu ou teu
Fosse estranho e mesmo não sendo, pelo menos agissem?
Me pergunto se a vida no seu todo
Ou em parte
Não é estranha?
Se ate o amor rompe com o pulso das rédeas e ou rédeas no pulso e exige liberdade.
É natural que eu tema
Pois não sei nunca doque esses dedos são capazes.
Dedos untados de maternidade reprimida, prazeres condenados ao silencio.

Escrevo-te hoje Esperança,
Com a sensação das grades onde me meti.
Se tornando cada vez pequenas
O ar me faltando nos pulmões.

Escrevo-te nesse anseio de voltar no tempo
E começar tudo de novo mesmo sem certeza de fazer diferente.
E enquanto espero voltar ao templo das perguntas onde ambos cultuavamos a duvida
Vou deixar que as palavras me purifiquem mesmo que os seus significados me impurifiquem.
Vou deixar que o tempo me leve consigo na paciência dos grisalhos de sabedoria.
Vou te escrever com muita estima
Com muita estima

Nelson Livingston

terça-feira, 8 de julho de 2008

Perguntas


Me tranquei nesse vazio altivo
Vazio feito de suor próprio
Soltei as rédeas da alma
E me perguntei

O destino anda as pressas
E preciso entende-lo

Como vento
Guardado na vela de minha nau
Queria junta-lo aos pedaços
E fazer minha historia
Mas ele se espalha rápido demais

Distante vai o tempo
Esse que em vão
Procuro descobrir no presente
Enquanto subtil
Subtil e imperceptível
Me arrasta ao futuro

Nas nuvens de chuva adiada
Procuro respostas

Nas chuvas alheias
Encontro consolo
Que de ar não enche os pulmões
Desses sonhos que inventei
Por isso ainda me perguntei

Destemido
me perguntei
La se foi o medo, o cruel medo
De não achar respostas
E me perguntei
Com a pureza ingénua das crianças sonhadoras

Perguntei pelo sol e pela lua
Essa presença nua
Que teimosa me acompanha
Pelas estrelas que me distraíram
Perguntei pelo vento que me arrasta

A fortaleza que sempre me protegeu
De tantas perguntas que fiz, ruiu
A sabedoria da lareira de noites de inverno fugiu
Com medo de minhas perguntas se escondeu no tempo
Mas eu tenho um encontro marcado com o tempo
E não posso fugi-lo

Perguntei pelo mar

Pela sua arte de salgar o mal
Conserva-lo puro na alma humana
Que de pureza não tem nada
Perguntei sim pelo mar

Perguntei por tudo e por nada
Por mim e por todos
Perguntei finalmente por ninguém
Essa alma que sei que existe
Mas sabedoria me falta para alcança-la

Nelson Livingston

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Coração Mentiroso(?)


Penso que meu coração mente
Finge que te esqueceu
Que nele nunca exististe
Finge que nunca te amou
Nem mesmo de brincadeira
Mas eu penso que é isso sim
Uma pura mentira dentro de mim

Vejo como nas noites
Ele fica pensando em ti
Um dia ate senti
Que ele estava com vontade de te falar
Mas preferiu se calar
Quando lhe descobri

Existem madrugadas
Em que interrompe o sono
E fica divagando entre o passado e o futuro
Revisita todos aqueles momentos alegres
E as vezes comete a ousadia de ir ao futuro
Imaginar os sonhos feitos realidade

Um dias desses o surpreendi
Todo banhados de lágrimas
E me confessou que tinha saudades de algo

Quando visito os campos
Vejo como olha para a beleza das flores
Essas que se espalham silvestremente
Olha com vontade de enche-las nos braços
E leva-las logo a ti.

Olha para os que ainda se amam
E vejo a dor que sente
Dor de não poder dizer que ainda ama
Não poder amar como podia.

Um dia perguntei se não amava mais
E me disse que não sabia.
Não sabia se amava ou não
Sabia apenas e bem sabido
Que não sabia porque não sabia
pois o amor costuma ser muito evidente

Será que meu coração mente?
Será que não sabe oque sente?

Será que meu coração ainda ama?
Então porque reclama?

Nelson Livingston

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Adeus Gatinho


Sabes que vou partir para as estrelas
Vou sem saber para onde
E pior que essa incerteza
É a certeza de não te levar comigo

O teu miar podia sim me confortar
As vezes me irritar
Mas significaria sempre uma presença
Uma lealdade já provada.

Me encho de coragem
E finjo que não vai doer
Essa viagem desconhecida
Viagem sem ti

Passo noites sem sono me dizendo baixinho
Que nada vai mudar
Mas no fundo sei
Que vai tudo mudar

E antes que essas pobres palavras me escutem a alma
E se desfaçam em lágrimas
Deixe-me dizer-te o primeiro adeus

Primeiro porque em cada dia
Dessa eternidade que hoje nasce
Haverá com certeza um novo adeus

Nelson Livingston

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Me deixa sonhar





Me deixa sonhar
Como fazem as crianças
Que não tem medo do futuro
Nem se escondem no escuro

Nas asas do tempo
Quero voar
Sem pensar no lugar onde pousar
Sem nem se quer me preparar
Para um dia pousar

Me deixa crescer
Como as nuvens que anunciam chuvas
Quero me ajuntar
Me expandir
Quero invadir os limites
Que a vida me estabeleceu

Quero limpar essas lágrimas
Que tem regado minhas madrugadas
Esses sulcos da caminhada
Quero trilhar novos caminhos

Dizem que sonhar é bom
Muito bom
Crescer é bom
Por isso me deixa sonhar

Nelson livingston

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Meu Silencio

Nesse silencio
Cada vez mais ruidoso
Minha alma vai ruindo
A dor vai subindo minha partes
Cada milímetro quadrado da alma

Qual vela sem ar
Mar sem ondas
O destino desvanece
Numa prematuridade assustadora

Olho para dentro desse vazio
Só olho para esse dentro
E me pergunto onde estou
E quem sou

Como morte certa
Esse silencio cresce
E se perde no seu próprio ruído

Nelson Livingston

terça-feira, 10 de junho de 2008

Amor lembrado


Te amei noutro dia
Lembras?
Sem abraço
Sem Beijos
Sem palavras
Sem nada disso com que os amantes vulgares
Usam ao se amarem

O sol estava la
Se indo embora
Mas testemunhando meu amor
A lua envergonhada apareceu
E as estrelas cantaram

Te amei
Num silencio puro
Numa eternidade que durou breves momentos
Eternidade que hoje me tortura

Com um sorriso infantil
Dessa minha cara inocente
Eu lembro que te amei

Deve ser por isso que custa acreditar
Que seja possível
Que esse mar bravo da vida
Tenha inundado
Meu passado gostoso

Nelson Livingston

Chuva no Meu Rosto


Chove,
Chuva forte no rosto
Lágrimas de algum gosto
Chovem memorias de um dia
Uma vida que se foi

Chove um tempo
Dois tempos
Chove uma eternidade
Sonhos desfeitos pela madrugada
Quando desperto
E o sol já raiou

Chove
Esse arrependimento
A dor de não ter vivido tudo
Não me ter feito surdo
Ter existido sem palavras

Chove a esperança de mudar
Ter sol nessa chuva que cai
Ter alegria nessa dor

Nelson Livingston

terça-feira, 20 de maio de 2008

Me espera!

O sol vai se pôr
Nesse vai e vem de todos dias
O escuro dos sonhos vai voltar
Por isso me espera

O tempo que isso levar
Deixa de importar
Pode até ser uma eternidade
Essa verdade
Que mesmo querendo
Não podemos negar

Me espera
Há-de ser que meu rosto seque
Essas lágrimas hoje abundantes
Virem memória agradável
Dum momento que não quis durar

Me espera
Que esses mantos de luto
A cinza sobre cabeça rapada
Virem vestem de alegria
Um coração novo
Virado para o amor

Mas quem consegue esperar tanto
Esperar sem saber por quanto tempo
Te oiço perguntar
Esperar
sem se importar com o amanhã
Que pode até não chegar
Mas par mim só espera que assim espera
Quem consegue esperar tanto

Nelson Livingston

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Convite


Vem passear no meu coração
Vem na boleia dos meus sonhos
São rápidos,
Se soltam e voam
Se espalham no tempo, no futuro
Vem sonhar

Nelson Livingston

domingo, 18 de maio de 2008

Outra Chance


Ame sozinho coração
Ama sob risco próprio
Dessa vez não me leve junto
Quero como defunto
Ficar caladinho na minha urna

Ame alto, aos gritos
Ou silencioso, medroso
Mas ame sozinho

Ame cuidadoso, experiente
Ame minucioso, prudente
Mas eu estou de expectador
Não vou nessa não coração.

E só te deixo ir
Porque me pediram
Me rogaram para te dar uma chance

Vá coração meu
Ame e volte
Ame e goste
Quem sabe na próxima
Eu decido ir junto

Nelson Livingston

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Amar de novo não quero !

Achei aqui esse poema e por alguma razão minha alma se identificou.

Amar de novo não quero não!

Amei-te tanto,

ofereci-te tudo que podia

Dei-te tudo,

fiz tudo por ti e ate o que eu não queria


Quando estavas triste estava sempre ao lado para te acarinhar

Quando te zangavas estava sempre ao lado pra te alegrar

Quando estavas feliz estava também ao lado para tua alegria contigo partilhar

Gastava horas no celular,

gastava tempo a ligar

As vezes tratavas-me mal e eu fingia não perceber

Pior cego é aquele que não quer ver

Por mas que fosse visível eu preferi os olhos fechar

A minha cabeça sabia mas o meu coração não queria aceitar

Adiei o inadiável

Não quis notar o que era provável

E de repente, quiseste acabar

Não me pus a chorar, nem desatei a lamentar

Pensei que fosse uma brincadeira e me pus a gargalhar

E embora soubesse que era algo inevitável

Não acreditava que aquele era o caminho mais viável

Após tanto tempo quiseste terminar

E ate hoje não sei o motivo para quem dizia tanto amar

As vezes acordo e sinto-me melhor por não te ter por perto

Mas o dia acaba e torno-me num ser humano incerto

Sem certeza de nada, sem vontade de nada fazer

Fazes-me muita falta, podes crer

Estes dias sem ti não tenho vivido, tenho estado a sobreviver

Faço-me dura, finjo não sentir, mas podes crer que estou mesmo a sofrer

Vejo as nossas fotos e me ponho a chorar

Não é só a dor, são também as saudades que me fazem desmoronar

Sinto saudades dos beijos e carinhos que sabias dar

Sinto saudades das nossas conversas e risada sem parar

Sinto saudades dos momentos em que apenas ficávamos em silêncio sem nada falar

tendo apenas certeza de que para sempre nos iríamos amar

Pena, pena que tudo tenha acabado assim

Mas foi a tua decisão restou-me apenas dizer sim

Eu sei que um dia te irei esquecer

Sei que um dia outro alguém ira aparecer

Sei que voltarei a ser feliz como era contigo

Sei que olharei para ti como um simples amigo

Sei que direi pra alguém as palavras de amor que para ti dizia

Sei que alguém ocupara o lugar que a ti eu daria

Sei que alguém irá aceitar a paixão que negaste

Sei que alguém aceitara o amor que recusaste

Mas também sei que ficara sempre aquela magoa que soubeste causar

Por tua causa aprendi do amor duvidar

Ficara sempre a dúvida em acreditar

Ficara sempre o medo de novamente amar

Quem muito erra não merece perdão

Errei ao amar-te e amar de novo não quero não

Terei paixões, criarei ilusões e ate viverei de emoções

Mas amar de novo a esse luxo não me posso dar

É muita dor para um coração só suportar

domingo, 11 de maio de 2008

Para ti mãe



Em tempos idos
Escrevi-te um poema mãe
Chegara duma viagem longa
E nem sabia ainda como te tocar
A grandeza do coração


Esforcei-me e sorri
Nossos olhares cruzaram
Nossos corações comunicaram
Meu amor de filho e teu de mãe
Se misturaram

Era meu primeiro dia no mundo
Meu primeiro amor
Primeiro sorriso
Era o meu primeiro poema


Vieram outros
Muitos outros
Poemas, dias, sorrisos, amores
Mas nada tira lugar ao primeiro

Agora que já não estás comigo mãe
Não posso mais nada
Senão usar a simplicidade das palavras
A infidelidade de dizerem oque verdadeiramente quero
De expressar o apreço que te tenho

Inventaram um dia para ti mãe
Para ti, e todas outras mães
E nesse dia
Juntei umas poucas lágrimas
Para sentir a tua ausência
A falta do teu calor.

Escrevi mais um poema mãe
E mesmo que não o possas ler
Fica aqui para ti
E para todas outras mães

Nelson Livingston

sábado, 10 de maio de 2008

Silêncio...


Abro a boca
Alma escancarada
Mas prefiro não dizer nada
Deixar ela calada
A boca ou a alma

Sentimentos rasgados ao meio
Um buraco feio
Feito de sonhos abortados
Vidas interrompidas

Vejo o sol passar
A lua chegar
Vejo o tempo nascer
As idades crescerem
E vou me deixando nesse silêncio

E chega o escuro
Ou chegará?
Chega a sepultura ou chegará
Esse encontro inevitável com a realidade

Nelson Livingston

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O CICLO


Pensamos e pensamos mal
Pensamos que somos fortes
E eternos
Que a vida que temos
A vida que retemos
É nossa e para sempre

Pensamos mal
Por isso vivemos mal
Como se nas nossas mãos
Estivesse todo curso das coisas

Esse mistério que se chama morte
Pudéssemos convencer
A chegar, apagar nossos sonhos
Mais tarde
Quando queremos

Vivemos como se nosso fosse
O celeiro dos dias
Que temos por ver

Em nossa mão estivesse
A chave da viagem para o além
e vivemos sem conta
De tantos outros
que connosco vivem
Ou procuram viver

Pensamos mal
Pensamos mal, vivemos mal
Por isso morremos mal
Morremos surpreendidos pela morte
Que trazemos desde o ventre
Morremos admirados
Pela crueldade do destino
Morremos ignorantes
Depois de termos sidos sábios


Pensamos mal
Vivemos mal
Morremos mal

Nelson Livingston

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A voz da sedução...


Experimente amar Zaida
Deixar teu coração ser jovem
Acreditar na inocência das crianças

Experimente sujar as mãos em barros
E com dedos frágeis construir sonhos
Como fazem os artífices dos destinos

Experimente deixar que o mar te molhe
Sem medo das ondas
Da areia branca da embriagues que me habituaste
Experimente Zaida

E nem serás a primeira sonhadora
E nem a última heroína
Não te culparão de nada pois somos todos sonhadores

Experimente fechar os olhos e sonhar
Experimente Zaida
Que a vida é uma realidade que nasce dos sonhos

Nelson Livingston

Bom dia Chigu


Hoje o dia acordou lindo
E eu sorrindo
Ao rítmo silêncioso do chilrear das árvores
Sabes como é Africa Chigu

Rica de melodia
Cheia de alegria
Cores que nos pintam até a alma
Depois que nos roubam a dor
Que teima em nos acompanhar

E vim compartilhar essa dádiva
Esse tesouro que não sendo meu
É só meu
Porque de mim
Ninguém o tira
Sem que dele me tire...

Nelson Livingston

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Algumas Meia duzias de palavras para Chigu


Queria ser poeta Chigu
E sussurrar-te palavras bonitas
Essas feitas de letras embriagadas

No jeito poético
A vida parece bem mais fácil de levar
Rápida com o verso
Que começa e termina num único pulmão
Ondas do mar que nascem e morrem
Num mesmo mar

E escreveria palavras inéditas
Essas que nossa amizade inventou
E aprendi a soletrar a medida que fui te conhecendo

Falaria da saudade
Esse sentimento injusto
Agradável e desagradável

Das distâncias
Várias
Que nos separam
O Índico, o tempo as nuvens
Todas contra nós

Ai se eu fosse poeta
Te obrigava a seres leitora
Pelo menos desse poema que eu escreveria
Com palavras bonitas
Feitas de letras embriagadas
Esse você teria que ler

E eu o daria às andorinhas
Que o levariam aos cangurus
Que aos saltos to fariam chegar

Se eu fosse poeta não estaria aqui perdendo tempo
Soltava as palavras dessa prisão da palma
A pedia a alma para se espalhar no ar
Na esperança que teus pulmões gulosos
Fossem sácios

Nelson Livingston

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ao Meu Coração


Querido Coração
Queria hipocritamente dizer que entendo
Sei da saber a dor que te alimenta
Hipocritamente
Coração nunca fui nunca serei
Como entenderia
Saberia de saber
A dor que te enche o estômago?

Fecho os olhos para ver
Como nossos dias passam lentos
Ou rápidos
Como não os vejo passar
Tenho os olhos vedados
Me cega a ânsia de entender os tempos

Querido Coração
Não sei patavina
Nem sei se quero saber
O sabor desses dias que atravessamos a nado
Corre o rio da história das vontades
Para um lado
E nós para o outro.

Oque penso que entendo
Que sei de saber
É como o mundo não nos deve entender
Ou nos sabe entender mal
Isso sim sei
Sou mundo sempre fui e sei como somos

Querido Coração
Chore se te der na tola
Derrame lágrimas se houverem
Algumas guardadas para choros privados

Grite alto se te der na gana
Com voz própria ou emprestada
Faça tudo para se livrar dessa distância que nos separa
Eu aqui e você aqui
Consumidos pela mesma dor

Nelson Livingston

Não, não diga adeus...



Me espera alma amiga
Não parta assim
Depressa e devagar
Nesse grito silencioso
Como se nunca nos tivéssemos conhecido

Não parta assim não
Como uma tempestade impiedosa
Num mar de poucas águas
Arrancando areias a praias
Como o vento desgrenha os matos

Não diga adeus
Como os que vão para os céus
Como se a distância fosse mesmo existir
Capaz de separar a memória que temos
Lembranças de tempos vividos

Nossos abraços não foram tantos
Só porque queríamos mais
Não houve beijos
Só porque queríamos beijar
Queríamos tanto que decidimos não abraçar tanto
Decidimos não beijar
Até poder beijar tanto

Não vá alma amiga
Não se faça capaz de sepultar
Toda uma vida
Uma eternidade de sonhos
Semeados nos solos de um amor raro
Não, não diga adeus

Nelson Livingston

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Depois da Madrugada

Nessa madrugada
Senti o cheiro do orvalho
Sonhei com tempos distantes
Campos da minha infância inesquecível
Sonhei com sorrisos que não vejo faz tempo

Acordei com vontade de dormir
De voltar a dormir
Voltar a sonhar
Acordei com vontade de voltar no tempo
Mas eu sei que tempo que foi
É como tempo que vem
Não volta mais, não vem antes
Posso até querer com todo o querer da vida

Sei que ficar aqui o dia todos
Recheirando o orvalho que cheirei
Resonhando o tempo distante que sonhei
Não me fará Deus
Que possa trazer o tempo de volta

Melhor mesmo ir vivendo
No hoje no agora no aqui
Melhor mesmo ir sonhando no amanhã


Nelson Livingston

segunda-feira, 21 de abril de 2008

SAUDADES DE ZALALA

Quandos sinto saudades de Zalala
Vou ao Estoril
Não é mesma agua eu sei
Mesma areia mesmo sal
Mas é mesmo indico mesma grandeza

Deixo o pensamento se desprender
Fingir que não existe lugar
Não existe tempo
Fingir que Estoril é Zalala
Que Macuti é coqueiro

E tempo passa nessa mentira
E chega a verdade
Quando peço que macuti me refresque as goelas
Peço que me destile agua de lanho

Olho para o mesmo ceu azul
E não vejo a beleza habituada
Não vejo os mesmos olhos
Mesmos sorriso encantador
Não vejo Zalala que amo
Ou amei enquanto podia ter

Me deito na areia
E não me cheira mesma pureza
A virgindade que me mantem virgem
Temo ate me demorar nessa praia
Praia diferente de Zalala
Praia de outros mundos outros banhistas

Nelson Livingston

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quero ter esperança

Quero trazer a memoria
Aquilo que da esperança
Algo que me faça acreditar no futuro
Um futuro com som e sono

Quero olhar para trás
Ver os tempos que se foram
E apanhar os pedaços que na euforia de nos amarmos
Foram ficando pelo caminho

Quero voltar aos lugares de referência
Onde nos encontramos e desencontramos
Onde nosso amor foi testado
E nossa certeza foi abalada

Quero me lembrar das viagens que fizemos ao futuro
Dos sonhos que juntos criamos
Alegrias que experimentamos na fertilidade de nossas imaginações
Quero trazer a memoria
Esses mundo que só podem vir a existência
Se não tiver passado dum pesadelo
Essa sepultura que vamos cavando
Para a historia que íamos construindo.

Nelson Livingston

Se te amo...


Se o vento me ouvisse
Levava para longe esse meu cansaço
Traduzia para língua dos amantes
Esse meu desejo de te amar
Sei que nessa língua escutarias meu coração

E se não escutasse
Aliado ao vento
Eu sacudiria as matas e as escuridão
Onde guardas a incerteza do meu amor
Tirava o medo que sentes
Que meu amor não seja igual ao que sempre sonhaste
Ou seja igual ao que sempre detestaste

Mas não posso esperar que o vento me oiça
Anda com mania de muito ocupada
Cheia de coisas importantes a fazer
E tenho certeza que não me ouviria

Não posso esperar
Que os outros façam por mim oque devo
Mostrar que te amo
Não como sonhaste ou detestaste
Não como os poetas dizem
Quando se embriagam nas palavras
Te amo de jeito incomparável que nem significa perfeito
Te amo de forma original
Sem mistura alguma


Nelson Livingston

Duvidas amorosas


Esta manha me perguntei Dadinha
Se alguma vez te amei
Como o sol ama a madrugada
O vento se gruda na tempestade

Tem coisas que meu cérebro de menino
Vivendo numa alma de velho feito
Nega entender

E esse mistério de coração apaixonado
Passa bem pro cima dos meus cabelos brancos
Longe do meu entender humano

Me perguntei Dadinha
Porque hoje vivo longe dos teus olhos
Longe da força que amava
E me pergunto
Se alguma vez te amei
Como o sol ama a madrugada
O vento se gruda na tempestade

Mas o amor não tem que ser só como do sol
Como o vento se gruda na tempestade.
Eu posso te amar de forma diferente
Amar-te como o mar ama o sal por exemplo
Amar-te de trás para frente
Contrariando o curso da vida

Perguntei-me nesse silêncio que criei
O que me impede a amar-te com os meninos da minha idade
Amam suas amada
Amar para longe para um futuro
Amar de palavras e feito
Com filhos e netos

Me perguntei porque tenho medo de te amar
Sem coração sem alma
Sem referência alguma
Amar-te assim como as palavras escorregam
Dos meus dedos controladores.

Nelson Livingston

sábado, 12 de abril de 2008

NOSTALGIA

Dedicado ao grande Dery Navais, "Mi Koroa"
Imagem retirada daqui

O mundo deu suas voltas e te encontrei.
Voltemos às margens do Molócue
Onde aos fins de tardes
Cobiçávamos corpos tatuados de desejos proibidos
Nos esfregávamos águas purificadoras
Enquanto esperávamos a noite chegar

Voltemos às bandas de Nahavara
Onde furtiva e simultaneamente caçávamos e pescávamos
Artes que nos vinha impregnada nas veias virgens
Onde nosso sangue fervia.

Voltemos à Moneia
Onde se gabavam belezas divinas
E nós, profanos violávamos os santuários
As sacerdotisas raptávamos para rituais privados

Voltemos ao Nantroveia e Chapaeia
Onde os sabores eram misturados
Antes de descerem e subirem
Antes de fermentarem as mentes que pariam
Os mais cândidos poemas

Voltemos às ruas de Gilé
Onde nossas vozes hoje consagradas
Se desafinavam e desafiavam o canto das floresta

Voltemos Derito
Ao Munvere onde o pão da única padaria
Se mistura com a única Graciela
E não lhes sabíamos diferenciar

Onde a profissão de professor se confundia
Com a paixão dos professores
Ai Albertina minha nostalgia
Voltemos Derito
Nem que seja apenas na loucura dessas palavras

Nelson Livingston
Beira 12 de Abril de 2008