segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Substituição


Se eu deixar-te seres eu
Moldares cada instante do meu existir
Quer alegre ou triste
Pode ser que alguém chame isso
Manifestação de amor
Mas como posso existir
Existindo você em meu lugar?
Em cada instante do meu existir?
Não seria melhor que eu fosse mesmo eu?

Nelson Livingston(Renatus)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A MORTE NÃO É COISA DOUTRO MUNDO


Devia meu rosto ter secado
Antes dessa nova vaga
Brotando dos meu olhos

Duas mortes comprimidas em 48 horas
É demais para meu poço de lágrimas
Agora quase seco

Nelson Livingston(Renatus)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A força do tempo II


Se a lua me ouvisse
E voltássemos às paixões da adolescência
Onde o peso suave da incerteza
Regava nossos sonhos ainda infantis
E viviamos como se o amanhã
Que cresceu e agora se chama hoje
Não existisse
E nunca viesse a existir

Nelson Livingston(Renatus)

A força do Tempo I


Acariciar pelos olhos
A beleza escondida na sua simplicidade
É como viajar no tempo
Perder-se na inocência
Da adolescência
É comparar-se à grandeza do mar
E à força do amar

Nelson Livingston(Renatus)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

À Júlia: Sonho e realidade!

Na distância que me protege
Da sua existência ainda imaginária
Ganho coragem de juntar palavras
Como quem juntas sentimentos no coração
E esvaziar a alma confusa
Que me acompanha

Sem o brilho dos teus olhos por perto
A mão não treme
E o coração não teme
Em dedicar-te esses soluços
Essa disfarçada vontade de te conhecer
Ou de te trazer à realidade

E se achas que existes
Que já te conheço
Eu preciso é dissecar-te a existência
Desvendar os segredos todos
Até os que se escondem no futuro
Que em vão procuro fugir

Preciso que a noite envelheça
Que a mudrugada chegue
E em vez de palavras
Sejam gestos te falando
Minha própria existência te falando
Preciso!

Nelson Livingston (Renatus)




quarta-feira, 13 de julho de 2011

Escrever é viver!

Escrever é para mim 

Como respirar

Deixar o mundo
Entrar e sair
Pelos pulmões
Da vida que dentro mim
Precisa se misturar
À humanidade que me rodeia

Viver em cada palavra escrita
Uma vida imaginária
Ou reviver
Um sonho tornado realidade

Escrever é para mim
Uma forma de eternizar
Os momentos curtos
Que a vida não me deixa digerir
Escrever é uma saída
Escrever é viver

Nelson Livingston(Renatus)

FUGA IMPOSSÍVEL

Queria fugir para longe de você

Longe até do meu próprio ser

Onde teimosamente

Ainda te trago guardado

 

Fugir para longe

Deste mundo material e real

Onde nem sempre oque queremos

É oque finalmente teremos

 

Onde nem sempre

Sabemos o que fazer

Para ter oque relamente queremos

 
Queria fugir das regras opressivas e perpétuas

Que aprendi desde menino

E hoje estão estampadas

Em cada página desse livro

Que se chama minha vida

 
Queria inventar meus próprios caminhos,

Um mundo só meu

Onde você não existisse

Nem em forma duma lembrança reprimida

Fugir disso tudo

Seria fugir da realidade

E não sei como isso se faz

 

Nelson Livingston(Renatus)

terça-feira, 12 de julho de 2011

MINHA PRISÃO

Oque ainda me prende a ti

São as lembranças dos momentos que sonhamos

Frases e gestos

Que a brevidade da vida

Não nos deixou viver

 

Saudades de um futuro

Que não chegou a ser presente

E hoje

Nem passado podemos chamar

 

E assim,

Nem são as lembranças em si

Que me prendem a ti

Mas uma parte de mim mesmo

Que parou no tempo

E deixou o tempo passar

 

Eu queria ser forte como costumava ser

Antes do sonho se desfazer

Mas era sua presença

E o futuro que juntos sonhámos

Que me fortalecia

 

Nelson Livingston(Renatus)

Quando eu disser adeus

Quando eu disser adeus,

Por favor diga: Fica!

 

É que poderá não ser com intenção de sair

Mas de querer estar certo

Se ainda me queres por perto.

 

Nelson Livingston(Renatus)

CONFISSÕES DESTE PEDAÇO DE MIM


Nunca disse que te amo
Que saberia te amar
Mas jurei aos céus e à terra
Que aprenderia a te amar
Mesmo que isso levasse toda a eternidade curta
Que a vida nos manter unidos.

É que amar
É coisa complexa demais
Para que humano finitos como nós
Já saibam mesmo antes de embarcar
Na nave onde o amor acontece

Queria que só bastassem palavras
Frase lindas e bem feitas
Para que o amor se realizasse
E de forma universal
Queria que bastassem os gestos
Mesmo indecifráveis
Para que o amor
Se tornasse algo em comum
Nas vidas e almas diferentes que transportamos
Queria mais o amor é coisa complexa demais

Nelson Livingston(Renatus)

Mais um adeus!


O fim do sonho que sonhei
Mundo que criei
Não é senão O dessipar
Da nuvem que me cobria o tecto
Me criava sombras
Conforto temporário
Que barava o caminho

Hoje o sol brilha directo na pele
Me queima as mesmice da meninice
E se calhar me torna mais homen
Adulto de olhar firme
Embora para um futuro incerto

Nelson Livingston(Renatus)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

NA HORA DO JANTAR(Para meu amigo Virgílio Mussera)

Na hora do jantar vais me compôr alguma coisa
Empunhar a guitara
Inventar melodias
E colocar carne, sangue e alma
Colocar vidas
Nessas palavras pálidas que escrevi

Na hora do jantar vais deixar a imaginação te arrebatar
Acariciar a frieza das primas e dos bordões
E feito Deus
Vais me criar alguma coisa

E eu
Estendido no crónico esperar
Vou esperando ver o parto
Dessa mistura de sons e palavras
Vou esperando ver a nova vida

Nelson Livingston(Renatus)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A VOZ DA SOLIDÃO


Ontem o céu estava estrelado
E meu olhar amarelado
Lhe sugou a beleza toda
Esssa beleza que hoje
Trago escancarada
Na palidez dessas palavras miseráveis
E, é assim como consigo não estar só
Mesmo na intensidade da solidão
E da sua voz agressiva aos ouvidos

Nelson Livingston(Renatus)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

À CINDERELLA POR OCASIÃO DO 7 DE ABRIL

Prometo amar-te
Na imensidão da palavra amor
Se amor
...É simplesmente uma palavra imensa
Ou na imensidão de seus significados
E aqui, posso pessoalmente
Inventar meus próprios significados
Minha forma de amar-te

Nelson Livingston(Renatus)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sabor da Dor


À Genito

Mesmo ainda palitando
Entre os dentes
O sabor da dor própria
Não direi que sei
O que sentes
Porque só quem sente sabe oque sente

Nelson Livingston(Renatus)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Na hora do choro

meu filho,
você, com a pureza
de repetir o que lhe dizem,
de vez em quando me diz
que não é preciso chorar.

de fato, meu filho,
quando você quer alguma coisa
prefiro que peça a que chore.
"você sabe falar, não precisa chorar."

mas sabe, filho,
às vezes chorar é preciso.

na hora da tristeza é hora de ter valentia
pra deixar o orgulho de lado,
abandonar o machismo arcaico
e se entregar ao pranto,
sentindo como a dor se torna líquida.

é preciso chorar, meu filho,
mulheres, homens, velhos, crianças,
é preciso muita ternura para chorar de alegria,
é necessário ter vida pra se chorar de emoção.

você sabe falar, não precisa chorar,
meu filho,
mas saiba que na hora do choro
estou aqui pronto para chorar com você.

I.R