quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

DESCREVENDO IVONE (II)



NÃO SEI
COMO DIZER

JÁ DISSE

NÃO SEI SE FALO OU CALO

SE ME ATREVO E ESCREVO

E ESSA IGNORÂNCIA ME ESCUDA

ME LIBERTA DO MEDO DE ERRAR


VOU ESCREVER TEUS SORRISOS

E COMO SÃO TEUS MAS ESCRITOS POR MIM

NÃO PRECISAM SER IGUAIS

PODEM SER NOSSOS MESMO QUE DIFERENTES


VOU ESCREVER TUA SIMPLICIDADE

ESSA MARCA QUE MARCA GENTE GRANDE

GENTE DE ALMA QUE TRANSBORDA

ALMA QUE COMO O ZAMBEZE

DESOBEDECE AS FRONTEIRAS E SAI REGANDO VIDAS

SAI INUNDANDO TRISTEZAS


VOU ESCREVER TUA VOZ

QUE SOA MISTURADA COM O MAR

UMA CANÇÃO IGUAL A NAÇÃO QUE TRANSPORTAS

ESSA MELODIA QUE TE TRÁS PRA CÁ FORA

E NOS PÕES NO MESMO ENTENDER


VOU ATÉ ESCREVER TUA BELEZA

ESSA QUE MESMO ESCONDIDA NAS VEIAS

QUE TE IRRIGAM A VIDA

DISFARÇADA NA ALEGRIA QUE TENS DE SOBRA

NA ALMA QUE TE SUSTENTA

AINDA ME CHEGA AOS OLHOS QUE HOJE ESCREVEM


NÃO POSSO ESTAR A MENTIR QUANDO ESCREVO

TOMO O MAR POR TESTEMUNHA

A AREIA QUE TE AFUNDA A ELEGÂNCIA DO ANDAR

ESSE CAMINHAR NO VENTO MALCRIADO

QUE TE DESGRENHA OS CABELOS

E DESNUDA A BELEZA DO ROSTO


TOMO O ÁLCOOL POR TESTEMUNHA

ESSE RIO FRUTO DE SUA GENEROSIDADE

RIO QUE ME DESCE VENTRE ABAIXO

ME SOBE MIOLO AO ALTO

E ME REFRESCA AS IDEIAS


FINALMENTE

ME TOMO A MIM MESMO POR TESTEMUNHA

QUE NÃO POSSO ESTAR A MENTIR QUANDO ESCREVO

ESCREVO E DESCREVO

A IVONE QUE CONHECI



NELSON LIVINGSTON


Sem comentários: