terça-feira, 29 de abril de 2008

Não, não diga adeus...



Me espera alma amiga
Não parta assim
Depressa e devagar
Nesse grito silencioso
Como se nunca nos tivéssemos conhecido

Não parta assim não
Como uma tempestade impiedosa
Num mar de poucas águas
Arrancando areias a praias
Como o vento desgrenha os matos

Não diga adeus
Como os que vão para os céus
Como se a distância fosse mesmo existir
Capaz de separar a memória que temos
Lembranças de tempos vividos

Nossos abraços não foram tantos
Só porque queríamos mais
Não houve beijos
Só porque queríamos beijar
Queríamos tanto que decidimos não abraçar tanto
Decidimos não beijar
Até poder beijar tanto

Não vá alma amiga
Não se faça capaz de sepultar
Toda uma vida
Uma eternidade de sonhos
Semeados nos solos de um amor raro
Não, não diga adeus

Nelson Livingston

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