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Queria ser poeta ChiguE sussurrar-te palavras bonitasEssas feitas de letras embriagadasNo jeito poéticoA vida parece bem mais fácil de levarRápida com o versoQue começa e termina num único pulmãoOndas do mar que nascem e morremNum mesmo marE escreveria palavras inéditasEssas que nossa amizade inventouE aprendi a soletrar a medida que fui te conhecendoFalaria da saudadeEsse sentimento injustoAgradável e desagradávelDas distânciasVáriasQue nos separamO Índico, o tempo as nuvensTodas contra nósAi se eu fosse poetaTe obrigava a seres leitoraPelo menos desse poema que eu escreveriaCom palavras bonitasFeitas de letras embriagadasEsse você teria que lerE eu o daria às andorinhasQue o levariam aos cangurusQue aos saltos to fariam chegarSe eu fosse poeta não estaria aqui perdendo tempoSoltava as palavras dessa prisão da palmaA pedia a alma para se espalhar no arNa esperança que teus pulmões gulososFossem sáciosNelson Livingston
Querido CoraçãoQueria hipocritamente dizer que entendoSei da saber a dor que te alimentaHipocritamenteCoração nunca fui nunca sereiComo entenderiaSaberia de saberA dor que te enche o estômago?Fecho os olhos para verComo nossos dias passam lentosOu rápidosComo não os vejo passarTenho os olhos vedadosMe cega a ânsia de entender os temposQuerido CoraçãoNão sei patavinaNem sei se quero saberO sabor desses dias que atravessamos a nadoCorre o rio da história das vontadesPara um ladoE nós para o outro.Oque penso que entendoQue sei de saberÉ como o mundo não nos deve entenderOu nos sabe entender malIsso sim seiSou mundo sempre fui e sei como somosQuerido CoraçãoChore se te der na tolaDerrame lágrimas se houveremAlgumas guardadas para choros privadosGrite alto se te der na ganaCom voz própria ou emprestadaFaça tudo para se livrar dessa distância que nos separaEu aqui e você aquiConsumidos pela mesma dorNelson Livingston
Me espera alma amigaNão parta assimDepressa e devagarNesse grito silenciosoComo se nunca nos tivéssemos conhecidoNão parta assim nãoComo uma tempestade impiedosaNum mar de poucas águasArrancando areias a praiasComo o vento desgrenha os matosNão diga adeusComo os que vão para os céusComo se a distância fosse mesmo existirCapaz de separar a memória que temosLembranças de tempos vividosNossos abraços não foram tantosSó porque queríamos maisNão houve beijosSó porque queríamos beijarQueríamos tanto que decidimos não abraçar tantoDecidimos não beijarAté poder beijar tantoNão vá alma amigaNão se faça capaz de sepultarToda uma vidaUma eternidade de sonhosSemeados nos solos de um amor raroNão, não diga adeusNelson Livingston
Nessa madrugadaSenti o cheiro do orvalhoSonhei com tempos distantesCampos da minha infância inesquecívelSonhei com sorrisos que não vejo faz tempoAcordei com vontade de dormirDe voltar a dormirVoltar a sonharAcordei com vontade de voltar no tempoMas eu sei que tempo que foiÉ como tempo que vemNão volta mais, não vem antesPosso até querer com todo o querer da vidaSei que ficar aqui o dia todosRecheirando o orvalho que cheireiResonhando o tempo distante que sonheiNão me fará DeusQue possa trazer o tempo de voltaMelhor mesmo ir vivendoNo hoje no agora no aquiMelhor mesmo ir sonhando no amanhãNelson Livingston
Quandos sinto saudades de ZalalaVou ao EstorilNão é mesma agua eu seiMesma areia mesmo salMas é mesmo indico mesma grandezaDeixo o pensamento se desprenderFingir que não existe lugarNão existe tempoFingir que Estoril é ZalalaQue Macuti é coqueiroE tempo passa nessa mentiraE chega a verdadeQuando peço que macuti me refresque as goelasPeço que me destile agua de lanhoOlho para o mesmo ceu azulE não vejo a beleza habituadaNão vejo os mesmos olhosMesmos sorriso encantadorNão vejo Zalala que amoOu amei enquanto podia terMe deito na areia E não me cheira mesma purezaA virgindade que me mantem virgemTemo ate me demorar nessa praiaPraia diferente de ZalalaPraia de outros mundos outros banhistasNelson Livingston
Quero trazer a memoria Aquilo que da esperançaAlgo que me faça acreditar no futuroUm futuro com som e sonoQuero olhar para trásVer os tempos que se foramE apanhar os pedaços que na euforia de nos amarmosForam ficando pelo caminhoQuero voltar aos lugares de referênciaOnde nos encontramos e desencontramosOnde nosso amor foi testadoE nossa certeza foi abaladaQuero me lembrar das viagens que fizemos ao futuroDos sonhos que juntos criamosAlegrias que experimentamos na fertilidade de nossas imaginaçõesQuero trazer a memoriaEsses mundo que só podem vir a existênciaSe não tiver passado dum pesadeloEssa sepultura que vamos cavandoPara a historia que íamos construindo.Nelson Livingston
Se o vento me ouvisseLevava para longe esse meu cansaçoTraduzia para língua dos amantesEsse meu desejo de te amarSei que nessa língua escutarias meu coraçãoE se não escutasseAliado ao ventoEu sacudiria as matas e as escuridãoOnde guardas a incerteza do meu amorTirava o medo que sentesQue meu amor não seja igual ao que sempre sonhasteOu seja igual ao que sempre detestasteMas não posso esperar que o vento me oiçaAnda com mania de muito ocupadaCheia de coisas importantes a fazerE tenho certeza que não me ouviriaNão posso esperarQue os outros façam por mim oque devoMostrar que te amoNão como sonhaste ou detestasteNão como os poetas dizemQuando se embriagam nas palavrasTe amo de jeito incomparável que nem significa perfeitoTe amo de forma originalSem mistura algumaNelson Livingston
Esta manha me perguntei DadinhaSe alguma vez te ameiComo o sol ama a madrugadaO vento se gruda na tempestadeTem coisas que meu cérebro de meninoVivendo numa alma de velho feitoNega entenderE esse mistério de coração apaixonadoPassa bem pro cima dos meus cabelos brancosLonge do meu entender humanoMe perguntei DadinhaPorque hoje vivo longe dos teus olhosLonge da força que amavaE me perguntoSe alguma vez te ameiComo o sol ama a madrugadaO vento se gruda na tempestadeMas o amor não tem que ser só como do solComo o vento se gruda na tempestade.Eu posso te amar de forma diferenteAmar-te como o mar ama o sal por exemploAmar-te de trás para frenteContrariando o curso da vidaPerguntei-me nesse silêncio que crieiO que me impede a amar-te com os meninos da minha idadeAmam suas amadaAmar para longe para um futuroAmar de palavras e feitoCom filhos e netosMe perguntei porque tenho medo de te amarSem coração sem almaSem referência algumaAmar-te assim como as palavras escorregamDos meus dedos controladores.Nelson Livingston
Dedicado ao grande Dery Navais, "Mi Koroa"
Imagem retirada daquiO mundo deu suas voltas e te encontrei.Voltemos às margens do MolócueOnde aos fins de tardesCobiçávamos corpos tatuados de desejos proibidosNos esfregávamos águas purificadorasEnquanto esperávamos a noite chegarVoltemos às bandas de NahavaraOnde furtiva e simultaneamente caçávamos e pescávamosArtes que nos vinha impregnada nas veias virgensOnde nosso sangue fervia.Voltemos à MoneiaOnde se gabavam belezas divinasE nós, profanos violávamos os santuáriosAs sacerdotisas raptávamos para rituais privadosVoltemos ao Nantroveia e ChapaeiaOnde os sabores eram misturadosAntes de descerem e subiremAntes de fermentarem as mentes que pariamOs mais cândidos poemasVoltemos às ruas de GiléOnde nossas vozes hoje consagradasSe desafinavam e desafiavam o canto das florestaVoltemos DeritoAo Munvere onde o pão da única padariaSe mistura com a única GracielaE não lhes sabíamos diferenciarOnde a profissão de professor se confundiaCom a paixão dos professoresAi Albertina minha nostalgiaVoltemos DeritoNem que seja apenas na loucura dessas palavrasNelson LivingstonBeira 12 de Abril de 2008
Nesse silêncio eternoA vida parou dentro de mimParece até que chegou o fimAquele medonho dia dos adeusQuando uns partem para os céusE ouros para lugares incertosQuero acordarDizer que foi só um pesadeloMas temo estar enganadoTemo ter cruzado a linha finalTenho ter atirado a pedra Que não se pode desatirarFalado a palavra que não posso desfalarVou juntar as nuvensJuntar as energias e produzir um trovãoVou nesses dia que vão chegandoProduzir um ruídoPara teus ouvidosNelson Livingston