Chegou ao fim
Essa mania de escrever dor alheia
Hoje venho derramar na areia
Oque vai em mim
Dor própria me coroendo a alma
Grudada em mim
Como as palavras na palma
Seu fosse forte
Chamava a morte
Convidava levar-me com ela
A me desprender da carne que doi
A minha dor esta dentro e fora
Ontem e agora
Sei que estará por uma temporada
É no berços dessas coisas de amar
Que ela foi se deitar
É de lá que ela nesceu
E cresceu rápido
Não lhe vi os mêses passarem
Até que em prematuro surgiu
E ao mundo se fez realidade.
Não foi à incubadora
Mas directa se me instalou no coração
Aqui onde agora mora
Essas gotas descendo das mãos
Das letras, da pena
Nados mortos, tentativa abortada
De me ver livre dela.
Nelson Livingston
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