quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Meu Desejo de Amar


Se eu amasse não diria

Deixaria que o coração que ama

Tomasse conta da falação

Fizesse das suas e se mostrasse amando


Nem canto nem poesia faria

Nem profecia

Me calaria no silêncio como faz a morte

Que chega sem barulhos

Sem mergulhos

Chega lenta, sonolenta e preguiçosa

E nem com isso deixa de ser perigosa


Se eu amasse fugiria dos homens

Esses que inventam berços e versos

Onde parem suas ignorâncias

Onde exaltam a sua finitude


Eu amaria como os deuses

Esses de quem temos história

Amaria sem espaço e sem tempo

Amaria no invisível das palavras

Na realidade da existência


Nelson Livingston

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