Quando ambos pequeninos
Por essas alturas de embriaguês
Corriamos atrás dos pepinos
Que inocentes flutuavam no seu ventre
Me lembro como Zambeze se fazia grande
Inundava bananeiras e papaeiras
Inundava crocodilos
E ria-se às gargalhas
Zombando a pequenês dos hippos
Eramos ambos pequeninos
E nas lareiras das noites chuvosas
Agasalhados pelo frio
Nos contavam histórias distantes
Das brincadeiras do Zambeze
Zambeze cresce todas vezes
Cresce todos dias
Basta que o coveiro anuncie a sepultura do Dezembro
Basta o sol de Janeiro nascer
Zambeze cresce
Cresce desde o tempo que éramos ambos pequeninos
Desde até antes de existirmos
Hoje Zambeze cresceu
E o povo esqueceu
Que Zambeze cresce todos dias
Basta que o coveiro anuncie a sepultura do Dezembro
Basta o sol de Janeiro nascer
Nelson Livingston
Originalmente publicado aqui
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