quinta-feira, 13 de março de 2008

Cheias No Zambeze I

Cresce Zambeze

De àguas pura e impuras

Verdades e mentiras

Cresce de mortes e curas

Cresce Zambeze


Agigante-se nos meu olhos gigantes de fomes

Na riqueza de minha memória

Ontens que nem foram sepultados

Cresce Zambeze


Cresce e deixa suspenso

O leito onde me procriaram

Onde se saborearam

Noites de prazeres proibidos

Cresce e deixa suspenso

A batateira que me viu ir à escola

Cresce Zambeze


Podem ser lágrimas essas tuas

Lágrimas que quero que sejam derramadas

Para que o mundo acoda

E eu acorde para o amanha que também quer existir

Esquero que sejam lágrimas periódicas



Nelson Livingston

Originalmente publicado
aqui

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