sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ama-me!


Ama-me devagar
Na lentidão da vida
Que é quase eterna

Ama-me de forma materna
No conforto da gestação
E sabor que aos sorvos
Me entra do suco do peito

Ama-me de qualquer jeito
Mas não inquisitiva
Me dilacerando a alma selada
E descobrindo-me os segredos

Ama-me sem medos
Sem planos nem destinos
Deixe o amor te levar
A porto qualquer que nem conheças

Ama-me mas não esqueças
Que a eternidade comprimida
Nos momentos eternos de amor
Não nos pertence
Nem sempre estará
Sobre nosso controlo

Ama-me só como o solo
Ama a semente sedenta
Como o mar guarda
A força das tempestades

Ama-me com todas idades
Todos tempos que já se foram
E que não virão nunca

Não me ama no passado que não amaste
No futuro que não amarás
Ama-me só no presente
Que só esse é nosso

Nelson Livingston(Renatus)

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