terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A noite

A noite chegou
Escura como carvão
Negra como meu coração
Dura e estonteante como o álcool
Chegou e meus olhos cegou

As forças no vigor de sempre
Se rebelam
Me negam companhia
Me negam as ordens
Dizem que vão longe no tempo
A noite chegou

Os mochos miam
Me cantam suas sabedoria
E ridicularizam a minha
Os chacais me abraçam com sorrisos disfarçados
Bichos desgraçados
Que já foram sangue do meu sangue

A noite chegou
Para longe vai a luz do dia
Longe, tão longe que não existe mais
E nunca existiu
Porque até a caixa guardadora
Lhes nega existência

A noite chegou
Mas não quero dormir
Quero assobiar um pouco mais
Para os ouvido que se fazem surdos à minha volta
Quero existir mesmo no escuro
Tacteando entro murros e paredes
Quero existir


Nelson Livingston

2 comentários:

chapa100 disse...

cheguei nelson e descobri! interessantes os teus textos.

Nelson disse...

Thanks chapa 100!!!!
A alma as vezes me sufoca demais e há que soltá-la na suavidade das palavras. Há que deixa-la livre na prisão da poesia...