domingo, 17 de maio de 2009

Atrasado!

Se foi o dia das mães
E eu que me digo filho
Que com orgulho carrego esse nome
Nem uma palavra
Algum gesto de filho

Se foi o dia
Mas o sentimento
Esse nunca vai
Nem vem
Apenas existe
Mesmo quando não o percebo

Ainda bem que nunca é tarde
Para se dizer oque se sente

Nelson Livingston

sábado, 9 de maio de 2009

Entre a Espada e a Parede


Como se diz a uma mulher
Que já não se lhe ama mais
Que nunca alguma vez se lhe amou
Que palavras, gestos ou silêncios
Podem minimizar a crueldade dessa crueldade?
Há como dizer isso de forma menos dolorosa?

Uma vez dito
Como não voltar no tempo
Nos momentos gravados na alma
Onde nunca pareceu fingido
O amor declarado em palavras
E ou mostrado em actos

Uma vez dito
Como acreditar que os olhos
Nos enganaram no que viram
E o coração não descobriu
A farsa por detrás da beleza do amor
Dito e mostrado

Como parar a força do vento
Inventar novo significado às palavras

Mas também como amar sem amar?
Viver entre folhas de figueiras.
Como guardar essa duplicidade
Ser e não ser?

Por tudo ser doloroso
Como escolher a dor menor?
A dor menos dor?

Nelson Livingston

segunda-feira, 4 de maio de 2009

NOSSA CONTRADIÇÃO


Procuro não ouvir-te
Mesmo quando me gritas
E me irritas
Tapo o coração
Com o silêncio da paz que invento
Quando pensas sou insensivel
Me pergunto se alguma vez te escutaste

Procuro calar-me
Quando me aperta
A vontade de te gritar de volta
Me esforço a ser sensível
Pois a natureza selvagem
Que tristemente ainda carrega
Me pede para ser como me queres

Me esforço a ser eu
Como eu sei que devo ser
E não como me pedes para ser
E isso tudo é uma contradição

Nelson Livingston